domingo, 28 de agosto de 2016

II Jornadas apicultura SAP

Programa das II jornadas da SAP



A macmel vai estar presente pelo que se pretender que lhe levamos algum material apícola sem custo de portes é favor fazer a encomenda em encomendas@macmel.net e levamos o material até Lisboa





sábado, 6 de agosto de 2016

Apicultura na antiguidade e dos nossos tempos ilha de Malta

Quando da ultima viagem apícola desta vez na ilha de Malta. Como sempre procurei informação com apicultores e conhecedores da apicultura no local.

Tive sorte pois com o Prof Paulo Russo conheci o Prof Adrian da universidade de Malta que foi guia e deu uma explicação sobre o que íamos vendo.



1º estivemos no laboratório da universidade de Malta e aí a conversa foi mais para o Prof Paulo Russo com quem partilhou experiências e falaram dos métodos e equipamentos que cada um tem nos seus respetivos laboratórios.


2º Foi a vez da verdadeira viagem no tempo. quando me deparei com o apiário que já conhecia da internet nem queria acreditar que o estava ver ao vivo.



Mas a surpresa ainda estava para vir pois imaginava que aqueles buracos na parede eram para lá colocar colmeias ou cortiços tradicionais da época.



Afinal o que pensava ser tradicional era afinal uma apicultura com vários milênios e com uma sofisticação que me deixou estupefato quando o Prof Adrian nos levou ao interior do apiário e vi que afinal a parede era apenas o local de entrada das abelhas estando as colmeias no interior de uma gruta protegidas do frio e do calor dando dessa forma uma economia em mel tanto para aquecer como para arrefecer as colmeias. E um grande bem estar ás nossas amigas abelhas.



Eu também já tenho algumas colmeias modernas super isoladas e que funcionam na perfeição embora por enquanto apenas as use para produção de enxames. Para 2017 já vamos ter o mesmo conceito em produção de mel e pólen.


Além disso dava proteção para outros predadores como ratos e uma espécie de mosca que ainda hoje ataca as abelhas na ilha como iremos falar mais adiante na parte de apicultura moderna na ilha. Em baixo na foto podemos ver o pormenor de uma colmeia.



Nas colmeias que eles utilizavam já colocavam na entrada da colmeia um regulador de entrada para impedir a tal entrada de estranhos nas colmeias.



O espanto não ficou por aqui, quando o Adrian nos disse que já tinham uma separação entre a área de criação (ninho) e  área de produção (alça). Consistia em colocar 1º um tubo de argila que servia de ninho e quando o mesmo estava cheio colocavam outro tubo de argila que servia de alça e era desse tubo que se extraia o mel para consumo, Só em 1865 é que a apicultura voltou a conhecer a alça de produção separada da área de criação e reservas. Neste pequeno vídeo podemos ver como talvez fosse colocar uma alça







Passados 2 dias foi a vez de ver a apicultura na atualidade em Malta aí é do visto pois a nível apícola penso que hoje em Portugal já estamos bastante evoluídos e penso que até pela dimensão da ilha estamos mais avançados pois lá apenas há 2000 colmeias o que limita bastante o desenvolvimento devido á pequena escalas das explorações pois são cerca de 200 apicultores o que dá uma média de 10 colmeias mas o Carmelo já é um grande apicultor local pois tem cerca de 70 colmeias.


A colmeia que Carmelo utiliza é a dadant 8 quadros usada em Itália e pelos vistos tem muita influencia na apicultura em Malta devido á cultura e proximidade com a ilha. Embora o Carmelo fabrique as suas colmeias e núcleos compra as ferragens em Itália, pois em Malta uma colmeia em kit custa 130 euros.


 As colmeias estavam todas protegidas por paredes de pedra pois nas ilhas os ventos são muito fortes e frequentes. As colmeias têm sempre as grelhas de entrada colocadas pois na ilha há uma espécie de mosca grande que entra nas colmeias e causa estragos então eles impedem a entrada com as grelhas.



Carmelo também tem a sua própria produção de rainhas (qualquer exploração bem gerida deve ter) pois uma rainha virgem em Malta custa 15 euros e e difícil de adquirir pois a oferta é pequena. Nos telhados dos mini núcleos coloca uma folha de cato para que o mini núcleo não aqueça em demasia. Os mini núcleos também têm a entrada fechada deixando apenas a entrada para uma abelha de cada vez para impedir também a entrada da tal mosca.


                      




Na criação de rainhas o método é que nós também usamos com material nicot. tinha também uns porta cúpulas com rolhas de cortiça



Também tinha um quadro para banco de rainhas embora raramente o utilizou




Os núcleos que utilizava eram de 4 quadros embora só colocasse 3 no inicio pois o 4º lugar era para colocar um quadro alimentador feito também pelo Carmelo


 

A cera derretia num pequeno cerificador solar feito com uma colmeia 




A sala de extração era modesta mas tinha o necessário sem abusar tinha um extrator de 12 quadros, uma tina de 2 metros, uma desoperculadora de lâmina, utensílios diversos e alguns bidões em inox para embalar e decantar o mel. Nada de gastos exagerados em material que não tem utilidade como vemos em muitas das nossas melarias em que o único a beneficiar são os grandes fabricantes da Europa que nos enchem com ferros aos quais não damos utilidade mas que ficam bem nas fotos, apesar de ser o maior apicultor de malta com pouco mais de 3000 euros de material tinha a sua sala de extração adequada á sua dimensão. Amigos apicultores quando fizerem o vosso plano de investimento comprem 1º uma boa calculadora (5euros já se compra uma boa) e depois vão ver que ela faz maravilhas se bem utilizada.

E por ultimo a média da ilha segundo o Carmelo é de 25 quilos ano por colmeia.   

Francisco Rogão